segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Resenha do documentário "A Corporação"



O filme acima traz uma reflexão sobre o formato econômico em que nossa sociedade está inserida: o capitalismo. Ele destaca que o capitalismo nasceu com um alto grau de exploração da classe trabalhadora. Através de uma série de comparações entre características psicológicas de pessoas humanas e características de corporações (a que o filme destaca ser também uma pessoa, pessoa jurídica) chega-se à conclusão de que empresas têm como única finalidade a obtenção do lucro, obrigação esta dita em lei. Empresas podem desrespeitar a moral vigente, serem incapazes de sentir remorso, não se importar com o outro, ser completamente egoísta, dentre várias outras características de personalidade psicopata.  Cita como exemplo algumas marcas internacionalmente conhecidas, que têm preços altos, mas que pagam em torno de apenas 3% do que é cobrado para seus produtores.

Essas empresas buscam instalar suas unidades em países pobres e longínquos, em que se pode pagar pouco para a população, e, sem uma política social e ambiental naqueles locais, trazer seu custo para o mínimo possível. Tudo em busca do lucro.

Apesar de essa situação ainda ser uma realidade em muitas empresas de sucesso, essa situação está mudando. Cada vez mais o mercado está preocupado com a origem dos produtos que compra. Quando a imprensa tem conhecimento de que uma marca superexplora sua mão de obra, a notícia sai na mídia com intensidade. A sociedade, escandalizada, cobra uma satisfação dos empresários, que se veem obrigados a adotar medidas mais humanizadas. Somente através da educação é que um povo, educado e crítico, tem condição de ser uma massa crítica capaz de julgar a atitude dessas empresas e se mobilizar em prol de uma sociedade mais humana e justa.

É somente através da educação que se pode ter esperança de um futuro menos explorado para as populações dos países em que as multinacionais fincam suas unidades. É a qualificação da mão de obra que garante um futuro melhor para as populações do mundo.

Paula Cristina Laun
Gerente de Projetos
Dataprisma Comunicação Interativa - Blumenau

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

A censura na cibercultura


A internet, conhecida por ser um depositório de conteúdos passíveis de compartilhamento social e rastreáveis por mecanismos de busca, tem nos usuários de redes de relacionamento seus grandes propagadores de informação. A criação e compartilhamento de memes e o abraço a causas humanitárias ou ambientais são uma constante entre eles.  A viralização de notícias chocantes é outra vertente de sucesso. Quando o assunto é polêmico e contínuo, porém, a situação é outra.

A discussão acerca do cenário político é um exemplo. Durante o período eleitoral, é comum serem encontrados usuários que, no calor da defesa de seu posicionamento político-ideológico, transformam-se em verdadeiros doutrinadores.  Comentários despretensiosos de amigos, ganchos no meio de discussões tornam-se oportunidade de mídia gratuita. Sua timeline vira bandeira política. Tudo o que sai em prol da defesa de seu partido ou candidato é ali divulgado. Usuários que têm em seus círculos pessoas que não compartilham da mesma filosofia sofrem com perdas de vínculos de amizade virtual, bloqueios e o rótulo de serem o “chato de galochas” do momento. A censura está presente aqui no nível da liberdade individual de se ler apenas o que se deseja ler. Todos somos agentes censuradores em potencial.

Os mecanismos tecnológicos das redes sociais são outro filtro de censura automática por nível deafinidade. O Facebook, por exemplo, faz um filtro de todas as informações a que você tem acesso em seu feed de notícias, e exibe aquelas informações que ele julga ter mais afinidade com a sua vida. A rede consegue detectar essa afinidade através de uma memória de todos as suas interações postagens.  Ele julga que você vai ter mais vontade de ler sobre algo com que você concorde. Com o passar do tempo, você vai ter acesso apenas a informações de pessoas que concordam com você. Duas pessoas com visões de mundo distintas, mas que sejam amigas uma da outra, podem nunca ter acesso à visão de mundo uma da outra. Elas jamais vão poder contrapor suas idéias e suas visões de mundo ímpares. A censura por afinidade desta rede social cria, falsamente, um ambiente de marasmo paz.

Para que o ambiente virtual seja verdadeiramente livre e democrático, é necessário que as ferramentas de interação deem aos seus usuários total controle sobre o conteúdo que ele deseja visualizar,  de forma transparente e não pré-configurada. Em contrapartida, aos usuários cabe o bom senso de saber dosar os tipos de conteúdo que pretendem divulgar nas redes sociais, com a visão do amigo que gosta e também do amigo que não gosta do tema. Dessa forma, com bom senso e transparência, poderemos ter uma web verdadeira mente livre, justa, imparcial e sem a necessidade de qualquer tipo de censura.

Gerente de Projetos

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Visita ao Jornal de Santa Catarina


Os integrantes do Jornal de Santa Catarina (JSC) são divididos em:

 - jornalistas;
- diagramadores;
- foto jornalistas (repórteres fotográficos);
- repórteres;
- editores;
- subeditores;
- editores-chefes.

Alguns diagramadores são jornalistas, alguns repórteres fotográficos também são jornalistas, mas isso não é uma regra.

A rotina do jornal.

A rotina começa no meio do dia, com uma reunião de pauta às 14h. É onde se programa o que vai ser publicado no dia seguinte no jornal. O início da definição da pauta, porém, acontece antes, para tentar ser adiantado o conteúdo.

O conteúdo do caderno de Lazer, por exemplo, é todo feito durante a manhã e começo da tarde, porque no meio da tarde o ele já vai para impressão. Se aparecer algum assunto urgente ou sério no meio da tarde para ser pauta, ele não vai poder aparecer no caderno do dia seguinte. Se for assunto de aparecimento imprescindível, ele entra na edição mesmo. No caderno Geral, por exemplo.

Nas reuniões de pauta reúnem-se os editores de cada editoria. O JSC tem editorias de fotografia, de lazer, de esporte, geral e segurança, economia, política e opinião.

Em conjunto com o editor-chefe, eles definem qual vai ser a principal foto da capa do jornal e tamanhos dos conteúdos de capa. A partir do que for decidido ali, o trabalho é dividido entre a equipe: os repórteres vão a campo ou ao telefone; os repórteres fotográficos saem para fazer as fotos.

Na reunião da tarde e da noite já vai se definindo qual vai ser a pauta da manhã. Alguns repórteres trabalham pela manhã. Outra parte deles trabalha para o site.

Produção fotográfica

O editor de fotografia coordena a equipe, determina qual fotógrafo vai fazer qual foto. No final da diagramação, ele ajuda a escolher qual foto é a melhor para ilustrar determinada reportagem. Ele também ajuda a escolher o melhor corte e a foto da capa do jornal.

Além disso, o editor de fotografia tem acesso ao banco de fotografias do Santa e de todo o Grupo RBS.

Edição

Quando o conteúdo coletado estiver pronto, ele é passado para o editor da área. Ele então finaliza o texto, elege o que deve ser destaque na página, quais elementos facilitadores da compreensão devem existir (tabelas, gráficos, imagens, etc.). Ao final, o editor envia esses conteúdos para o diagramador, que então desenha a página.

As áreas reservadas para anunciantes não são visíveis para os produtores de conteúdo. Eles enxergam essas áreas como quadros indisponíveis. Apenas os diagramadores podem enxergar a página em sua totalidade, ou seja, com as matérias jornalísticas e os anúncios.

Diagramação

O diagramador tem o dever de fazer a página ficar o mais agradável possível. Cada vez mais, está-se procurando sair do formato clássico, "tijolão". Objetiva-se não ser chato de ler, cansativo. Quanto mais fotos, mais infográficos, mais tabelas, mais elementos que contribuam para facilitar o entendimento da página, melhor. Atualmente procura-se fazer textos mais concisos, mais parecidos com os textos que são feitos para a TV. Foi-se o tempo dos assuntos longos.

No final da tarde, o chefe de diagramação (editor de diagramação) determina quais páginas vão precisar estar prontas em determinado horário, para que possa existir distribuição do fluxo de produção de conteúdo durante a tarde e a noite. Se não houver uma boa distribuição de conteúdo, acontece acúmulo no período noturno, o que gera caos no jornal.

Revisão

Uma vez montada a diagramação, o diagramador imprime uma página grande que vai para revisão. Qualquer redator dentro da redação pode atuar como revisor da página.
Depois da revisão, a página é impressa em uma folha A4, que fica em um mural. Neste mural, o editor chefe tem noção exata do fluxo de produção das notícias.

Fechamento e Impressão

O jornal fecha às 22h. É quando o jornal tem que estar pronto. Depois de o jornal ter sido completamente impresso, ele volta para ser revisado, mais uma vez. Subtítulos, legendas, olhos, encaixes, tudo é revisado. Somente depois disso é que o jornal é impresso em larga escala.  

A impressão acontece no final da noite ou de madrugada, e depois acontece a distribuição do jornal. Se for percebido algum erro no conteúdo do site durante a impressão, toda a produção é parada e o diagramador refaz o ponto problemático.

Site do Santa

O site é muito alimentado pela manhã, e não tão bem alimentado à tarde, mas esta situação está sendo trabalhada para que também durante a tarde se tenha um fluxo bom de notícias no site. Essa concentração de trabalho na parte da manhã acontece porque a maior parte dos acessos no site ocorre durante a manhã.

O foco principal dos esforços é o jornal impresso. Quando possível, atualiza-se o site. Por exemplo: O repórter finaliza a matéria que vai para o jornal amanhã e ele mesmo já publica no site também e facilita esse trabalho. Ou seja, mesmo o conteúdo do jornal impresso já é colocado no site na noite anterior.

Cadernos especiais têm mais tempo para produção

Alguns cadernos, como o caderno “Viver!” é rodado com bastante antecedência, então o fotógrafo tem condição de pensar melhor na foto que será feita. Esse caderno, por exemplo, é rodado na terça-feira para ser veiculada no fim de semana. Por isso esse caderno não contém assuntos factuais.

Toda semana a editoria de lazer se reúne para definir a pauta da semana. Tudo o que for discutido nas reuniões diárias de 14h pode fazer parte de sua pauta semanal. Ela se programa para aproveitar o que for produzido durante a semana para montagem do caderno.

Conteúdo é compartilhado entre jornais do Grupo RBS

Os jornais do grupo têm acesso a um banco de dados comum de conteúdo. Assim, os editores do JSC, por exemplo, podem ver o que foi produzido para o Diário Catarinense, A Notícia, Zero Hora, O Pioneiro, Diário de Santa Maria. Se o Zero Hora estiver produzindo um material nacional, o Santa provavelmente vai acabar usando-o também. É claro que, ao se aproveitar um conteúdo de outro lugar, tem-se o cuidado de se adaptar sua linguagem para o público local.

Além desse banco de conteúdos comum, os editores também têm à sua disposição conteúdos vindos de agências de notícias.

Regime de trabalho

Atualmente a equipe faz pouca hora extra. Trabalha-se entre seis e sete horas diárias. Acontece um cálculo de tempo entre profissionais que têm horário flexível, para que não existam abusos.

Comercial

A comercialização de anúncios acontece no setor comercial. Nele existem os executivos de conta, que trabalham junto às agências de publicidade, e existem os contatos diretos, que acabam trabalhando com clientes menores. Esse tipo de cliente, por não ter agência, faz seus anúncios diretamente com a equipe de criação do jornal.

O setor comercial trabalha em horário comercial, ou seja, das 8h às 18h. Não há venda de anúncios fora desse horário.

Marketing

O jornal também tem um setor próprio de marketing.

Circulação

O setor de circulação cuida das assinaturas dos jornais e da logística para a chegada do jornal às bancas e aos assinantes.

Arquivo

No setor de arquivo estão guardadas todas as edições do JSC feitas até hoje. Uma cópia impressa sempre é destinada ao arquivo. É encadernado um álbum por mês, com todas as publicações do mês. Hoje em dia é guardado também o arquivo digital. A versão impressa continua sendo guardada, pois vale como documento.

Quando é necessária a localização de uma determinada notícia, é necessária localização manual, folheando-se e procurando o arquivo impresso.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Consumismo é sinônimo de classe C?

estabilidade econômica dos últimos sete anos permitiu que aproximadamente 30 milhões de brasileiros saíssem da pobreza para entrar na classe média. Trata-se da emergente classe C, que representa 54% da população e é formada por indivíduos com renda média entre R$ 800,00 e R$ 2.200,00. Sua crescente entrada no mercado consumidor tem sido preocupação de ambientalistas e tema de diversas pesquisas.

É  preocupação de ambientalistas e ONG’s que o comportamento econômico da emergente classe C não se reflita em consumismo e degradação ambiental.

O cenário futuro não é animador. O estudo “A Evolução da classe média e o seu impacto no varejo” divulgada em 29 de fevereiro de 2012 pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP)  revela que o aumento do consumo percapita (por pessoa) das famílias brasileiras das classes C e D será de quase 50%.  De acordo com estudo do instituto Data Popular baseado em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), oconsumo da classe C deve subir 7% ao ano. 

Segundo relatório anual do Worldwatch Institute, o culto ao consumismo pode acabar com todos os avanços das ações governamentais em direção ao combate das mudanças climáticas.

Eventos pautados pela ecologia, como a Rio + 20, que acontecem no Brasil, procuram trazer para dentro do país questionamentos ambientais e o consumo consciente.  Porém, eles não vêm sendo compreendidos e valorizados pela a classe C por conta de sua dificuldade de assimilação. Esse segmento social se preocupa com a questão da qualidade do produto somente quando isso significa algum tipo de economia, não quando isso significa preservação. Este consumidor quer se preocupar com seu dia a dia. Ele não tem a intenção de salvar o mundo.

Essa aparente falta de consciência deve-se ao fato de o crescimento da classe C ter acontecido de forma muito rápida, apenas no aspecto financeiro. As limitações culturais permanecem e, com elas, as limitações de compreensão de conceitos refinados como o da sustentabilidade.

Para que a melhora do poder aquisitivo da classe C não seja uma  uma ameaça potencial ao futuro do planeta, é necessário que esse setor tenha acesso à cultura e à educação. Somente através dainformação, da reflexão e da consciência é que poderemos ter uma sociedade ecologicamente viável.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Acadêmicos de administração do IBES promovem evento gastronômico


O sexto semestre do curso de administração do Instituto Blumenauense de Ensino Superior (IBES) colocou em prática, no último dia 31, as lições aprendidas durante o segundo semestre de 2012.  A turma, formada por aproximadamente 30 alunos, foi dividida em grupos de seis pessoas. O desafio de cada grupo foi planejar, implantar um quiosque de alimentação e realizar toda a sua divulgação. O trabalho interdisciplinar abrangeu as cinco matérias cursadas durante o semestre e sua avaliação final acontecerá através de um trabalho escrito.

Samanta Oliveira de Andrade, do grupo Blinis, explica que, desde o início do semestre, diversas atividades preparatórias foram realizadas para que cada um dos aspectos tratados durante o curso pudessem ser colocados em prática com sucesso. O trabalho interdisciplinar, denominado Word Business, abrangeu desde a concepção inicial do evento até sua estratégia de marketing e comunicação.  Samanta conta que os alunos precisaram trabalhar estritamente dentro daquilo que foi instruído em cada matéria. A didática e os prazos foram preocupações constantes durante o trabalho. Uma das determinações recebidas foi para que a prospecção de verba acontecesse exclusivamente pela venda de tickets antecipados. O tempo para montagem dos quiosques também foi rígido: foram dadas duas horas para os estudantes completarem a tarefa.

Dentro de cada grupo, os estudantes se organizaram por afinidade e pela sua possibilidade de conseguir cumprir a meta estabelecida para cada área. Samanta diz ainda que os professores não impuseram os cargos em cada grupo. Alunos com mais interesse pela parte de logística, por exemplo, puderam ficar responsáveis pelo controle de estoque do evento. Já aqueles mais afinados com a área de marketing puderam optar por montar a estratégia de comunicação do negócio. Zenita Márcia Wesler Bramovsky, caixa do grupo Bierock, conta que, apesar da divisão de tarefas, os integrantes de seu grupo se envolveram em todas as etapas do evento. Ela explica ainda que a avaliação de cada professor acontecerá através de um trabalho final a ser entregue por escrito. Bilheteria, decoração e contatos com fornecedores foram outras áreas de atuação escolhidas pelos acadêmicos.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Convergência midiática e o futuro da mídia tradicional



Foi-se o tempo em que ainformação estava concentrada nas mãos dos detentores dos veículos de comunicação de massa. Com o advento da internet e a popularização dosdispositivos móveis com conexão banda larga, esse poder concentrado começou a perder força. Hoje, qualquer indivíduo pode se fazer ser ouvido através das redes sociaison-line. Para tal, basta ter em mãos o conteúdo e a oportunidade de compartilhá-lo.

A rede formal de comunicação precisa estar atenta às informações postadas nas redes on-line. A fonte de seu furo jornalístico pode estar, a qualquer momento, postando o potencial assunto do dia de amanhã em uma rede social como o Facebook, por exemplo.  Saber rastrear o fluxo de informações e mensurar temas com tendência de ascensão é fundamental para o profissional de jornalismo.

Tão importante quanto ser informado rapidamente  e veicular em primeira mão, é ter a ética de checar a credibilidade da fonte. Fontes com pouca autoridade ou relevância sobre o tema da informação devem ser postas em dúvida e melhor averiguadas.


Televisão e rádio: mídias que precisaram se reinventar

rádio agora vai muito além do “radinho à pilha”: profissionais podem veicular podcasts, ou seja, programas radiofônicos gravados em arquivo de áudio digital e disponibilizados via web. Os assinantes de blogs feeds RSSdesses canais são notificados quando da disponibilização de um novo programa e, a partir daí, podem realizar seu download. Uma vez baixado, o arquivo pode ser transferido para qualquer dispositivo de reprodução deáudio.

Ao contrário da versão analógica, na internet o rádio e a televisão podem ter sua memória preservada, com o histórico completo dos programas já gravados disponíveis para visualização ou audição, a qualquer tempo.

Outro ponto que não pode ser esquecido é a ausência de fronteiras. Enquanto as rádios são limitadas à amplitude que osinal pode atingir, na web essa limitação inexiste.  Pode-se escutar uma estaçãoeuropéia, chinesa ou australiana sem qualquer interferência ou perda de sinal.

A programação radiofônica e televisiva precisa aprender a conversar com o público e tirar proveito das novas possibilidades de diálogo pelas redes sociais. O ouvinte ou o telespectador hoje pode ter contato direto com o veículo. Cabe a ele saber canalizar esse potencial em prol de uma comunicação interativa, participativa e muito mais interessante.

Todas as mídias podem lucrar com as possibilidades que a internet abre. O potencial de retorno real, viralização,  a ausência de fronteiras e  a perenidade são características que precisam ser avaliadas e melhor aproveitadas.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Experiência, estoque alto e tecnologia garantem a diversão na 29ª Oktoberfest


Administradores dos setores de alimentação, bebidas e bilheteria presentes no Parque Vila Germânica são unânimes em afirmar que a experiência adquirida nas edições anteriores da Oktoberfest é primordial para que não falte bebida, comida e espaço para o público se divertir com segurança. Durante os 19 dias de festa, os estabelecimentos controlam diariamente seus estoques para que, mesmo diante da mais otimista expectativa de consumo, ele tenha à sua disposição tudo o que procura. Em 2012 foram instaladas catracas de saída, para que o sistema de controle tenha a capacidade de saber, a cada hora ou a cada 30 minutos, qual é o público presente no momento.

Edson Silva, Gerente do Restaurante Pastine Veloci, localizado no centro do parque Vila Germânica, diz que o controle do estoque do restaurante é feito diariamente, sempre após o período do atendimento ao público, ou seja, de madrugada. Ao final de cada dia é feito um balancete de tudo o que foi consumido, para a programação da compra semanal. Com base na experiência adquirida ao longo das edições anteriores da Oktoberfest, é possível se prever com antecedência o quanto será consumido em cada dia de festa e ser feito um estoque que supere a expectativa de consumo. Caso durante os 19 dias de festa não aconteça o consumo do estoque total do restaurante, ele será consumido pelo público que frequenta o local fora do período de festa.

Norberto Mette, presidente do complexo Vila Germânica, explica que todo o controle financeiro da festa é feito pela Blucredi. Ela faz a venda de ingressos e tickets, distribuição do dinheiro e contratação dos responsáveis pelas catracas. A avaliação da condição de segurança do local é feita através de uma comissão de segurança formada por representantes da Vila Germânica, engenheiros de segurança, Corpo de Bombeiros, Vigilância Sanitária e Polícias Civil, Militar e de Trânsito. Essa equipe se reúne em todas as noites de festa para planejar ações.  Mediante situação de crise ou emergência, ela pode se reunir mais vezes em uma mesma noite.

Novo sistema de catracas garante melhor controle de público

Sobre o controle do volume de pessoas presentes na festa, Mette explica que até 2011 era possível saber apenas quantas pessoas haviam entrado até determinado momento na Oktoberfest. Em 2012 foi implantado um sistema de controle com catracas de saída que permite saber, a cada hora ou a cada 30 minutos, o público exato do momento.  Já a expectativa de público do dia, segundo Mette, é feita com base no histórico das edições anteriores da Oktoberfest.

Para Roberto Silva, coordenador do quiosque da Eisehnbahn, o histórico dos anos anteriores da festa ajuda  na previsão do estoque a ser adquirido pela cervejaria. Mesmo em dias de maior consumo, utiliza-se o histórico para essa avaliação. Técnicos da cervejaria fazem essa avaliação diária. As pessoas do ponto de venda informam o número de barris vazios do dia, e aí os técnicos fazem uma previsão. O número de turistas no centro, a meteorologia, a chegada de ônibus de turismo são exemplos de fatores que influenciam no consumo.

Wagner Tiago Mesquita, gerente do restaurante Park Blumenau e Blu Lanches, explica que durante a Oktoberfest a programação de compras do restaurante é diária.  A previsão de estoque de alimentação e de bebidas para cada dia é feita com base experiência adquirida nas versões anteriores da festa. Além disso, o restaurante tem contato com a rede hoteleira da cidade e com agências de turismo, o que permite a eles estimar com antecedência o movimento turístico na cidade e no restaurante.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Gerações Babyboomer, X, Y e Z: classificação justa?



O ser humano procura classificar seus semelhantes em grupos.  Procura-se pela referência; saber em que ponto se está em meio à multidão. Sempre que se tem uma nova variável introduzida na sociedade, o desejo de classificação aflora novamente. Em uma sociedade em transformação constante como a nossa, é natural que nos sintamos perdidos e queiramos nos classificar.

Ancorados em nosso desejo, profissionais de comunicação buscam por respostas. E aí aparecem termos de “especialistas”, que criam o conceito degeração que aparece na mídia. Fala-se dos babyboomersgeração Xgeração Y e da geração Z, como divisores entre tipos de pessoas com traços de personalidade em comum pelo mero fato de compartilharem uma mesma faixa etária.

Pretende-se dizer que esses grupos têm um mesmo padrão de comportamento em relação às suas ambições profissionais e até pessoais, assim como sua relação com a tecnologia.

É completamente preconceituosa essa generalização, que desconsidera o fato de, em todo e qualquer tempo, pessoas terem níveis diferentes de relacionamento com a transformação, anovidade.

É muito óbvio que adolescentes têm a mente mais ágil. Mas esse fator não é algo que esse ou aquele “progresso” tenha afetado. Sempre foi assim.

Também existem as exceções: Quem não conhece aquela criança apaixonada por antiguidades, pelo selvagem e pelo bucolismo? Quem não tem em sua família aquele tiozão aficionado pelas novidades daquela grande marca de computadores?

No decorrer de minha vida tenho testemunhado a falha dessa classificação: minha mãe é uma senhora que adora computadores, procura atualizações para aprimorar seu site, aprendeu a programar aos 50 anos sozinha, completamente autodidata e ligada às novidades. Conheço pessoas de 40 e de 20 anos com o mesmo perfil, assim como já vi muitos adolescentes de 18 anos com intensa dificuldade de assimilação em frente ao desconhecido.

Para a venda de programas de TV, jornais e revistas, o tema “gerações” é ótimo. Porém, a realidade não é esta e é necessário não se deixar levar pela alegoria em prol de uma visão despida de preconceito.


Gerente de Projetos

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Enchentes em Blumenau: tragédias sem solução?


Poucas foram as décadas que se passaram sem que mais de uma inundação tenha castigado o Vale do Itajaí. De 1850 a 2002 foram registradas 68 enchentes, sendo que as mais divulgadas foram as acontecidas durante a década de 80. Como evitar que catástrofes assim voltem a acontecer?

A Região do Vale do Itajaí é um vale servido pelos rios que fazem parte da bacia do Rio Itajaí-Açu. Uma das maiores cidades da região é Blumenau, localizada na porção média do vale, distante aproximadamente 42 km de sua foz. A região tem um histórico longo de inundações, algumas extensas e devastadoras.

Desde os primeiros anos após a chegada dos colonizadores, as subidas do rio Itajaí têm sido uma ocorrência relativamente frequente. A primeira grande cheia que se tem notícia aconteceu já em 1852, dois anos após o início da colonização, com a cota de incríveis 16,10m. E foi logo depois, em 1880, que aconteceu a maior enchente que se tem notícia: 17,10m.

As inundações da década de 80 não foram as maiores da história da região, apesar de sua repercussão nacional - em 1983 a cota chegou a 15,34m e em 1984, 15,43m. Entretanto, por terem acontecido após muitos anos sem grandes inundações e com uma cidade muito mais estruturada em suas áreas baixas, os danos foram imensos. A incredulidade das autoridades ao receber as notícias da meteorologia foi outro grande ponto para a multiplicação dos prejuízos. Milhares perderam tudo. Famílias precisaram sair de suas casas no meio da noite, com o rio invadindo o quintal de seus terrenos. Outras assistiram seus pertences serem carregados rio abaixo. Algumas viram suas casas – inteiras - serem levadas pela correnteza.

Se quisermos prever o futuro, precisamos compreender o passado. Entender que as inundações são um processo natural da região, cíclico, que precisa ser respeitado e auxiliado, é ponto fundamental para que soframos cada vez menos com suas consequências. É claro que a construção de barragens e o desaçoriamento do leito dos rios são fundamentais para que se consiga reduzir sua intensidade, mas a conscientização da população e das autoridades responsáveis pelo crescimento futuro da cidade é ainda mais importante.

Nesse sentido, o projeto "Blumenau 2050" é fundamental. Levar o crescimento da cidade para pontos mais elevados, através da construção de novas vias e da transferência da área político-administrativa - hoje em área castigada pelas cheias - é imprescindível. Blumenau é muito bem servida por terrenos acima da cota de 17m, sendo necessária apenas vontade política e investimentos para que essa mudança aconteça. Agora é torcer para que nos próximos anos possamos assistir essa ideia se tornar realidade.


Gerente de Projetos