sábado, 27 de abril de 2013

Literatura técnica vive dias de ouro com a internet


Conteúdo colaborativo é a estrela de quem busca informação de qualidade e a internet é o grande livro virtual consultado pela maioria.

Desde que colocou suas mãos habilidosas em uma máquina de tricô pela primeira vez, há 30 anos, Ivalci Terezinha Rocha Laun (Iva) não parou mais. O aguçado raciocínio lógico permitiu que ela enveredasse pelos desafios do tricô à máquina artesanal e obtivesse destaque crescente entre suas parceiras de trabalho. Seu talento criativo fez com que muitas mulheres procurassem-na para tentar aprender a fazer “aquele tricô diferenciado” para a moda inverno.

Após 20 anos de atuação exclusiva como tricoteira, Iva cedeu aos apelos de suas potenciais colegas de profissão e inaugurou um curso de confecção. Tornou-se professora. Daí para o curso escrito, foi um pulo. “As mulheres queriam ter um apoio escrito para as aulas. Como eu já gostava de escrever, foi muito fácil”, revela. Iva conta ainda que detalhou o conteúdo a ponto de a aluna não precisar estar fisicamente em sala de aula para aprender. Foi aí que ela pôde transformá-lo em um curso à distância e torná-lo conhecido no Brasil inteiro.

Com o advento da internet, Iva confessa ter ficado apreensiva com o direito autoral de suas obras. “Eu achei que a pirataria iria acabar com minha fonte de renda”, relembra. A necessidade de se adaptar à nova realidade fez com que ela encontrasse uma forma criativa de aumentar seu público pagante. Hoje, as alunas que compram seu curso de forma legalizada têm senha de acesso exclusiva para textos complementares. “Meu portal de conteúdo técnico de tricô tem dicas e receitas extras de peças exclusivas. Com tanta informação extra gratuita para as usuárias legalizadas, não vale a pena ter a cópia pirata impressa”.

Querida em todo o Brasil, Iva afirma que todos os dias recebe e-mails de alunas que agradecem pelas receitas e dicas. São mulheres do país inteiro que conseguem abrir seu negócio, trabalhar com o que gostam, adquirir independência financeira e reconhecimento. “É muito gratificante ver o resultado do meu trabalho como a realização do sonho dos outros, mesmo nos mais distantes confins deste país”, comemora. Casos como o de Iva, onde o autor começa a produção de conteúdo técnico através do meio impresso e migra para o universo digital são cada vez mais frequentes.

Popularização da produção técnica abre novas oportunidades profissionais

Estar no meio de uma teia de informação facilmente acessível foi o sonho de muitas gerações de cientistas e pesquisadores. Hoje, com um simples buscador e os termos de busca corretos, é possível se ter acesso a todo tipo de conteúdo: desde os sem nenhum fundo científico até defesas de tese de pós-doutorado e instruções altamente qualificadas.

A produção técnica de conteúdos possibilitou o crescimento de várias profissões e o nascimento de outras tantas. O programador web Cássio Rogério Eskelsen afirma que seu trabalho jamais seria possível sem uma mídia que permitisse o compartilhamento e o esclarecimento de dúvidas entre colegas de profissão. “Eu preciso realizar, todos os dias, de cinco a dez consultas em ambientes online de produção colaborativa de conteúdo”, revela o programador.

Produção literária técnica pode ser duvidosa

A popularização da literatura técnica e a possibilidade facilitada de ser autor tem seus efeitos colaterais. Em suas pesquisas diárias, Eskelsen observa que a acertividade e a clareza dos conteúdos varia muito.  “A qualidade dos textos, tanto no formato quanto no conteúdo, é, muitas vezes, duvidosa”, diagnostica. Segundo ele, isso acontece por conta de coexistirem em um mesmo ambiente colaborativo usuários iniciantes e avançados.

Como não existem filtros e qualquer pessoa pode contribuir, muitas vezes quem procura por informação encontra erros grosseiros. Com  frequência, os autores pecam pela falta de informação e pela economia extrema de palavras na hora de passar um raciocínio. “Os textos da área de desenvolvimento nem sempre são suficientemente claros, pois programadores são objetivos em excesso”, critica.

Eskelsen conta que, em sua área, os grandes fóruns de discussão multitema, wikis e listas de discussão dos fabricantes de software são as mais acessadas fontes de pesquisa.  Na linha dos fóruns, dois nomes se destacam: http://stackoverflow.com/  e http://gis.stackexchange.com/. Nesses locais, a comunicação costuma ser muito rápida e o esclarecimento de dúvidas acontece em tempo real.  “Quando o programador não consegue encontrar uma referência para o esclarecimento de sua dúvida, ele posta ali sua questão e em instantes as respostas aparecem”, explica Eskelsen. A partir daquele momento, o diálogo passa a fazer parte da base de consultas técnicas. “É um conteúdo em constante crescimento e aprimoramento”, conclui.

Paula Cristina Laun
Gerente de Projetos
Dataprisma Comunicação Interativa - Blumenau

O conceito jornalístico de objetividade


Definições diversas de objetividade no jornalismo:
É a relação entre as declarações jornalísticas e a realidade.
É o grau de relação entre o fato e sua descrição mediante informação.
É a qualidade de um produto jornalístico.
Envolve imparcialidade e equilíbrio: equilibrado entre interesses diversos de uma sociedade.
A decisão sobre o que é objetivo resulta da negociação política em grupos de inspeção (predomínio da voz dos partidos políticos).

Para uma informação ser objetiva, ela deve:
- Ser plural em pontos de vista;
- Ter neutralidade dentro de um contexto (social geral ou dentro de uma ideologia);
- Apresentar-se de tal maneira que seus receptores sejam capazes de formatar suas próprias opiniões;
- Distinguir notícia de opinião;
- Não mudar, não suprimir e não existir “de favor”.

O enfoque científico da objetividade no jornalismo
É o enfoque próprio do procedimento científico, marca da investigação e da informação profissional imparcial, não manipuladora.
Pressupõe a revisão da verdade das informações, precisão, veracidade e neutralidade.

Fases do jornalismo e listagem de características (independentemente do país):

Pré-iluminista:
- Abstém-se de posicionamento político;
- Não possui qualquer opinião;
- É pedagógica.

Iluminista:
- Permite a expressão franca;
- Defende a razão através da persuasão, ponderação e argumentação;
- É pedagógica;
- Tem auto-imagem partidária.

Mercantilista (após 1850):
- É o jornalismo de massa;
- Prioriza a tiragem em detrimento da qualidade;
- Objetiva o lucro e o consumo;
- Suprime a forma narrativa e o tom emocional;
- Aparecem as agências de notícias (com textos considerados objetivos) como fornecedoras de informação;
- Notícias unilaterais são menos produzidas pelos jornais.

Ponderações em relação à objetividade

Existem 4 tipos de ponto de vista em relação à objetividade: acredita, acredita criticamente, crê em sua conveniência mas discute sua possibilidade e a que a nega veementemente.

Jornalistas trabalham com muitos fatos sociais e políticos de forma irrefletida, o que abre margem para a falta de objetividade em seus textos.

Gerente de Projetos

quinta-feira, 18 de abril de 2013

O dia em que cidade West virou Hiroshima


Violência e cogumelo de fumaça marcam explosão na fertilizadora West Fertilizer, no Texas.

Estar em uma pacata cidade do interior do Texas nem sempre é a melhor estratégia para ter um bom descanso de férias. Principalmente se nesse local estiver localizada uma fábrica de fertilizantes com prováveis problemas de infraestrutura, em um país marcado por atentados terroristas.

No dia 17 de abril os 2.800 moradores da cidade West, no Texas, tiveram uma experiência no mínimo emocionante, quando uma devastadora explosão mandou pelos ares a fertilizadora West Fertilizer. Pelo menos 50 casas foram afetadas pela explosão, que fez um segundo sol nascer no meio da cidade. Segundo Cheryl Marich, moradora que teve sua casa destruída, o impacto da explosão foi forte a ponto de fazê-la cair no chão. “Foi como se tivessem levantado a estrada”, relata.

A explosão provocou uma bola de fogo de quase 30 metros de largura que deixou no céu uma assinatura de terror em forma de cogumelo. Para alívio dos moradores, a imagem, característica da Segunda Guerra Mundial, não era atômica. Entretanto, as causas da explosão ainda não foram determinadas e a hipótese de atentado não foi descartada.

Até o momento, a única coisa que se tem certeza é que ainda é cedo para qualquer tipo de conclusão. Testemunhas afirmam que existem pessoas ainda presas dentro das casas. Não se sabe o número de mortos, nem o de feridos. Não se tem certeza sobre a extensão dos danos nem a toxicidade do líquido que vaza do interior dos escombros da fertilizadora. O desdobramento das investigações será essencial para se determinar causas e responsabilidades.

Paula Cristina Laun
Gerente de Projetos
Dataprisma Comunicação Interativa - Blumenau

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Quando todos parecem iguais

Amadurecimento da democracia passa pelo renascimento da direita e pela revisão das ideologias de centro e esquerda no Brasil.

A falta de contraponto ao poderoso bloco de partidos governistas tidos de centro-esquerda enfraquece os alicerces da política brasileira. O povo, decepcionado com as opções que aí estão e sem se identificar com partido algum, permanece alheio às decisões políticas. A reinvenção da direita no Brasil abre uma nova esperança de opção política. A iniciativa de Cibele Baginski, de 22 anos, de ressucitar o partido de direita Arena, tem encontrado simpatizantes. “Faltam ideologia e pragmatismo na política nacional, os partidos são movidos por interesses e conveniências e não existe direita no Brasil. Queremos oferecer aos brasileiros um partido que represente a genuína direita. Faremos isso assim que reunirmos o número de assinaturas necessárias para obter o registro da Arena, o que deve ocorrer no ano que vem.” diz a estudante de direito.

A subida ao poder de José Sarney, através da primeira eleição pós-ditadura, criou, com o passar dos anos, a necessidade da renovação.  Como representante desse desejo  foi eleito, em 1988, Fernando Collor de Mello.  Os escândalos e a queda de Collor foram o pontapé para o governo de centro de Itamar Franco, do PMDB.  Sua principal marca foi a reorganização econômica possibilitada pela implantação do Plano Real, sob a regência do então Ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso (FHC). O sucesso do Plano Real impulsionou a candidatura da ideologia de centro-direita de FHC à presidência, em 1994, assim como sua reeleição em 1998. O mergulho do Brasil na crise internacional no segundo mandato de FHC e a corrosão de seu governo por escândalos permitiu que o primeiro governo de esquerda chegasse ao poder, através de Luís Inácio Lula da Silva (Lula), do PT. Assim como FHC, Lula se reelegeu e elegeu seu sucessor. 

A sequência de pequenos e grandes escândalos dentro do governo Lula, sua ideologia rasa marcada pelo alinhamento com o continuismo das políticas de FHC, o suborno da classe miserável com o Bolsa-Família e a venda de cargos para partidos de centro em troca de apoio político sinalizam que por aqui todas as ideologias que chegam ao poder tornam-se apenas bandeja para negociação e cargos e verbas. O único fio de esperança que nos resta é assistir o renascimento da direita torcendo para que, pautados em princípios mais sólidos e mais ideológicos, eles tenham condição de causar uma revolução, não apenas através da colocação de representantes no poder,  mas também a semente da reflexão nos partidos de centro e esquerda brasileiros.

Gerente de Projetos